quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Caçada mágica

Ali estiveram por horas, a fio, conversando, pareciam um dueto, mas lá se amam, mas lá eram tidos julgados por uma sociedade hipócrita, cheia de hipocrisia, alienada, existe democracia, eu penso, tu fala, eu falo, tu pensa, liberdade de expressão, assim como agir e viver, como bem quisessem, eles viviam, de qualquer maneira, como outros não viviam, João sabia que nem pensava, nem falava, nem agia, ele sabe que quem vê, não consente, quem sente, consente. E o que lá importa, eles estão vivendo, sendo felizes, fazendo sentido, falavam como bem podiam, isso implica em A, B, C ou D, caminhos, como uma caçada mágica, como silêncio, a hipótese é infinita, variável, e só quem não muda, quem não tem opinião, aliás, não mudar, é um direito, de expressão, direito de ficar calado, direito de não ser julgado, não é não, e outras infindáveis porções, eram, até o eram, era, um direito de não ser, passar despercebido, transparente, sem precisar se corroer, porque está o outro sendo rude, vê, não consente, assim, direito de ser, ou não ser, direito, versátil, como uma caçada mágica, o homem tem direito de colher o que planta, ou não, ser um privilegiado mesmo, todos somos, viver num óasis, ou ser o mais simples possível, chorar lendo Nicholas Sparks, ou ler um romance épico, viver em devaneios, ou viver em objetividade, viver em desorganização, ou viver em organização, viver em sonhos, e até o tudo que podiam, é um direito, caçada mágica, para ter uma consciência tranquila.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Presságio

havia um barulho na cozinha, então Ana resolveu seguir com as pontas dos pés, os vizinhos espiavam, lá fora só o clarão dos olhos, silêncio depois do pôr-do-sol, vovô cochilava na sala, e ela resolveu seguir o barulho, ah, mas antes, tocava seu despertador, como forma de amedrontar, e ainda em passos devagar, acendeu a luz, era um enorme gato que havia pulado da janela, e chispa, correu para por o bichano para fora, grande miado se ouviu, ninguém mais se ouvia, ninguém mais se movia, agora todos voltavam, lá fora, ouvia o gato, latido de cães, pássaros e o silêncio voltava, Ana podia dormir. No outro dia, ela tinha aula de piano oito horas, sempre ia, e deixava a música te conduzir, outro dia, um barulho de piano, ela não tinha aula, Ana foi, empacou, era como se o terror dos pesadelos, ela foi e viu que era seu namorado, mas não era um namorado, príncipe dos sonhos, era um namorado que tocava piano. Ana se lembrou do gato preto, e queria que fosse um presságio, no outro dia, o namorado de Ana, pediu ela para casar.